sexta-feira, 2 de julho de 2010

Só temos o "pré-sal"?




Nossa, estou fazendo mais um post político. Não que seja ruim, ao contrario, acho muito interessante o tema “política”. Até creio que todos somos políticos, afinal quando criança, assim como muitos, eu trocava figurinhas. Isso nada mais era do que política. Mas também não quero que o blog se torne especifico sobre política, nem sei ao certo o rumo que o mesmo vai tomar. Eu mesmo não sou uma pessoa tão séria quanto aparento nos posts, alias, sou muito bem humorado...


Esse post eu quero dedicar a um assunto interessante, “pré-sal”. Mas antes de começar a despejar palavras e criar uma linha de raciocínio, preciso comentar algo que ouvi nos últimos dias.


Todos já ouvimos/falamos algo como “Ah, o funcionalismo público nunca funciona.”, ou “Essa burocracia do setor público só atrapalha.” As DUAS frases estão erradas. Começo pela burocracia. Você sabe para que ela serve? A importância que tem tanto para instituições privadas quanto públicas?


Bom, então vou esclarecer alguns fatos. Burocracia nada mais é do que uma “sequência de procedimentos formais” para que se obtenha algo. E isto é fundamental em todas as organizações, pois, cria um caráter formal nas comunicações, cria rotinas e procedimentos, gera divisão de trabalho, profissionalismo, e etc. Então a burocracia em si é algo BOM. O que prejudica são as “disfunções da burocracia”, e os exemplos mais notáveis são: Resistência a mudanças, e excesso de formalismo e papelório. Quanto a essas duas principais disfunções temos tido boas mudanças, o que já me ajuda a responder a questão do funcionário público. Instituições públicas tem mudado suas gestões arcaicas (baseados em moralidade e legalidade), por gestões atuais como de empresas privadas (baseados em qualidade, performance e resultado). Só pra termos uma noção, o STJ desde 2008 começou a digitalizar seus processos. Diminuiu em 13 meses o tempo de espera de um protocolo até o processo chegar na mesa do ministro, alem disso se tem uma economia de R$ 20 milhões só em transporte por correio. Isso tudo mostra, que aos poucos as coisas vem mudando, e que podemos crer em melhorias também no setor público.


“Bah”, escrevi demais sobre burocracia e sistema público. Prometo destinar um post só para isso no futuro. Agora vamos ao que interessa, ou não.


Todos sabem, ou deveriam saber que o “pré-sal” refere-se ao conjunto de rochas que se estende pelo litoral brasileiro e que contem grande reserva de petróleo. E os poços perfurados até agora se mostram economicamente muito viáveis. Esse fato, logicamente, fez a Petrobras anunciar grandes investimentos. Como a criação de novas plataformas, encomendas para industrial naval e tecnologia de perfuração. Tudo isso gerará emprego, fortalecendo a economia do país e aumentando a confiança internacional no Brasil. Alias, confiança essa que tem trazido muitos estrangeiros para trabalhar no país (aumento de 13,6% em relação ao primeiro trimestre de 2009). E devemos ficar atentos, isso aumenta a competitividade e a disputa por profissionais qualificados ficará ainda mais acirrada.


Não quero só falar do “pré-sal”, quero citar aqui que o Brasil não tem apenas isso. Vivemos em um país de grandes proporções territoriais e enormes riquezas naturais. Prova disso é que além do pré-sal o país ainda tem infinitas outras oportunidades para investir e lucrar. O agronegócio, por exemplo, que está meio esquecido pela população em geral, é algo que gera milhões de reais. O oeste baiano atingiu no ultimo ano uma marca importante, a maior produtividade do mundo em soja (52 sacas por hectare), superior a dos norte-americanos (48,5 sacas por hectare). Mas o por que isso é tão significativo? Vou explicar. Em estudo Feito pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) o Brasil é apontado como o ÚNICO país capaz de suprir a demanda global por alimentos nos próximos anos. Até ai está tudo perfeito, mas o grande problema é que falta infraestrutura para escoar a produção. Por exemplo, para embarcar uma tonelada algodão no porto de santos o custo é de 7,6%(baseado no custo total), se o mesmo fosse embarcado no porto de salvador o custo seria de apenas 3,7%. Só tem um problema, o porto de salvador não tem estrutura pra atender a demanda, logo não é rota para marinha mercante. Além disse há projetos de ferrovias que não saem do papel. O que acalenta empresários do setor, é que no PAC esta prevista a expansão em 530 km em rodovias na região até o primeiro semestre de 2011.


Escrevi bastante, mas achei que era algo pertinente. Afinal devemos ficar antenados com oportunidades e saber que temos outras possibilidades para que continuemos a crescer como nação. Concordo com investimentos do PAC, concordo com o projeto do “pré-sal”, e vejo que há gestores públicos que buscam o crescimento do país, baseado oportunidades que nossa riqueza natural oferece.



*Post escrito ao som de “Fela Kuti - “Zombie”, no próximo post falo um pouco desse artista tão importante da música nigeriana e com influencias de jazz e afins.

Um comentário: